segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Retroceder

Retroceder

Já é do conhecimento de todos nós que desvendamos um pouquinho de nossa psiquê, que não há como voltar um tempo, um momento, uma vivência que já passou. Um provérbio chinês lido outrora
dizia que haviam algumas coisas que não voltam mais: o tempo, a palavra jogada e a pedra jogada. Em parte concordamos e sabemos que há verdades nessa afirmação, mas como se diria popularmente "o buraco é mais embaixo", queremos trazer a baila que a coisa é um pouco mais profunda e complexa que o provérbio chinês, sem desmerecê-lo em suas verdades.
O que queremos é problematizar um pouquinho mais sobre essas afirmações. De forma consciente, podemos saber o que nos faz mal, o que nos magoa, o que devemos fazer e o que devemos evitar. Mas o mais cruel disso tudo é que sabemos quase nada sobre o nosso inconsciente, sendo otimista conhecemos cerca de cinco por cento. Ele em boa parte do tempo funciona como nosso maior inimigo, nos boicotando, nos puxando para trás para situações que de forma consciente sabemos que não nos servem mais, que poderão nos trazer sofrimentos, mas ele está ali, como o lobo em forma de cordeiro. Nessas situações é nossa tendência nata em tentar retroceder, e é com esse pequeno escrito que quero fazer minhas pequenas provocações e que estas tragam profundas reflexões sobre nosso "quase instinto animal" da compulsão a repetição, tema complexo que nos debruçaríamos horas. Então fica uma pequena amostra do enigma que temos a desvendar em nós mesmos