sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Enquanto choro resisto

Enquanto choro resisto

Meu choro é constante nesses tempos difíceis,
Choro pelo negro atacado pelo racismo e discriminação
Choro pelos índios que perderão suas terras e suas crianças
Choro pelas travestis mortas em razão de gênero
Choro pelo pobre que foi para rua morar
Choro pelo pobre não tem mais o que comer
Choro pelas Marielles e Moas mortos em razão de suas lutas
Choro por todos os Lulas encarcerados por razões indistintas
Choro pelo jovem que não irá mais à universidade
Choro pelos trabalhadores que perderam seus empregos e que foram saqueados os seus direitos
Choro pelas mães que perderam seus filhos por balas perdidas, por outras calculadas
Choro por todos aqueles que tiveram que se calar
Choro por todos aqueles que não tiveram uma segunda chance
Choro pela democracia de um país, que está indo embora
Meu choro não é fraqueza, sim resistência
Enquanto choro meu coração está vivo,
Quando não mais chorar, estarei morta mesmo viva.


Escrita livre em  21/10/2018.

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Retroceder

Retroceder

Já é do conhecimento de todos nós que desvendamos um pouquinho de nossa psiquê, que não há como voltar um tempo, um momento, uma vivência que já passou. Um provérbio chinês lido outrora
dizia que haviam algumas coisas que não voltam mais: o tempo, a palavra jogada e a pedra jogada. Em parte concordamos e sabemos que há verdades nessa afirmação, mas como se diria popularmente "o buraco é mais embaixo", queremos trazer a baila que a coisa é um pouco mais profunda e complexa que o provérbio chinês, sem desmerecê-lo em suas verdades.
O que queremos é problematizar um pouquinho mais sobre essas afirmações. De forma consciente, podemos saber o que nos faz mal, o que nos magoa, o que devemos fazer e o que devemos evitar. Mas o mais cruel disso tudo é que sabemos quase nada sobre o nosso inconsciente, sendo otimista conhecemos cerca de cinco por cento. Ele em boa parte do tempo funciona como nosso maior inimigo, nos boicotando, nos puxando para trás para situações que de forma consciente sabemos que não nos servem mais, que poderão nos trazer sofrimentos, mas ele está ali, como o lobo em forma de cordeiro. Nessas situações é nossa tendência nata em tentar retroceder, e é com esse pequeno escrito que quero fazer minhas pequenas provocações e que estas tragam profundas reflexões sobre nosso "quase instinto animal" da compulsão a repetição, tema complexo que nos debruçaríamos horas. Então fica uma pequena amostra do enigma que temos a desvendar em nós mesmos

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Evoluir




Evoluir


Quando a necessidade de evolução bate à porta, pensa-se - o que fazer com isso?

Já foi dito que no caminho da evolução não tem volta, falou-se que um rio já jamais retornará fazendo o mesmo caminho, mesmo que encontre as mesmas pedras o contorno das mesmas será diferente.
Pois bem, evoluir não é coisa simples, tarefa nada fácil, por vezes vários recomeços. Mudar nem sempre é só feito de alegrias, equiparado a um processo terapêutico é despir de velhas roupagens, reconhecer nossas fraquezas e buscar nossas ínfimas forças, mas nada feito com tanta facilidade. 
Evoluir então é um processo desafiador, necessitamos nos desarmarmos e nos percebermos como seres imperfeitos, que temos nossas falhas, reconhecer que não temos poder sobre tudo e sobre todos. Nessa caminhada muitas situações desafiadoras, principalmente aquelas que irão mexer nas nossas fragilidades e dificuldades. Nessa hora o ser inflexível deve ser abandonado, os julgamentos abandonados e um ser capaz de colocar-se no lugar do outro, de oferecer ajuda mesmo que não haja nada de recompensa e invariavelmente aquelas criaturas que foram as pedras em nosso sapato em algum momento surgirão, parecendo que renasceram das cinzas para testar nossa capacidade de não sucumbir à vontade de velhas atitudes e atos.
Mas, meus caros, as urgências de mudanças em todos os níveis estão aí e não temos mais tanto tempo, ou mudamos ou sucumbimos nesse processo de evolução. A todos fica o convite à reflexão. 

terça-feira, 17 de julho de 2018

Travessias e Mudanças




 Travessias e Mudanças

Inicio esse pequeno escrito lembrando de nosso ilustre Fernando Pessoa sobre o tempo de travessia quando suscita que chega um tempo de abandonar as roupas usadas, que já tomaram a forma do corpo, e nos desvencilharmos de velhos hábitos, velhas condutas, de tomarmos os mesmos caminhos chegarmos aos mesmos lugares, se não ousarmos ficando a margem de nós mesmos, presos a velhos paradigmas e crenças.
Precisamos de muita atitude e coragem para quebrar essas condutas repetitivas, por vezes destrutivas. Pensamos e lembramos também do velho Freud, quando menciona a nossa tendência a repetição, de coisas e hábitos, mesmo sabendo muitas vezes que estes nos prejudicarão, porque o entendimento neuropsíquico de nossos padrões mentais na forma de pensar, sentir e agir se repetem.
O admirável Sri Prem Baba também dá sua contribuição a essas questões, nas quais afirma que é preciso grande força e vontade e persistência, para quebrar um padrão mental destrutivo,como se fosse uma droga, que no primeiro momento dá um verdadeiro êxtase.Certamente esse processo persiste porque há um vício e talvez um certo prazer nisso.
As redes neurais que agem na parte física, dão verdadeiros comandos que nos induzem a repetição, mas logo após vem a derrocada e destruição, assim necessitamos quebrar a rota desses caminhos para podermos fazer novos redirecionamentos.
Passar por uma transformação assim é algo desafiador. Dessa maneira, tende-se que ter um grande esforço e vigilância para romper com esses padrões definitivamente. Mudar nunca foi fácil, mas é essa mais uma tarefa de uma humanidade capaz de evoluir.

segunda-feira, 16 de julho de 2018


MOMENTOS
Insanidade é querer metades
Quando o todo se pode tudo
Meu universo não cabe no talvez
No quem sabe um dia, no vamos” devagar”
Não tenho mais tempo
Para quem não tempo para mim
Tem sede e pressa de viver
Meu tempo é agora
Se não for assim
Por favor, vá embora
Para todo e sempre!