Encerrando Ciclos
Embora
haja uma discussão que a autoria da produção escrita seja de Fernando Pessoa ou
Paulo Coelho, temos a informação de que a verdadeira autora é a colombiana
Sonia Hurtado- com o título original de “Cerrar Ciclos”, ou seja, fechar ciclos,
eis o que ela nos passa de mensagem:
Sempre
é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistimos em permanecer
nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido de outras
etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando
capítulos – não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os
momentos da vida que já se acabaram.
Foi
despedido do trabalho? Terminou uma relação?
Deixou
a casa dos pais? Partiu para viver em outro país?
A
amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicação?
Você
pode passando muito tempo se perguntando por que isso aconteceu? Pode dizer
para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que
levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem
subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para
todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã,
todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos
sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém
pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos
entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos
ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou
rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma relação com quem já
foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As
coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir
embora. Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir
recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os
livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível,
do que está acontecendo em nosso coração – e o desfazer -se de certas
lembranças significa também abrir espaço para que outros tomem o seu lugar.
Deixar
ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém
está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, às vezes
perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço,
que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão
emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com
determinada perda: isso o estará envenenando, e nada mais.
Não
há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas
de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que são sempre
adiadas em nome do “momento ideal”. Antes de começar um capítulo novo, é
preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará.
Lembre-se
que houve uma época em que podia viver aquilo, sem aquela pessoa – nada é
insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo
ser difícil, mas é muito importante. Encerrando ciclos. Não por causa do
orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já
não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa,
sacuda a poeira. Deixa de ser quem era, e transforme em que é.
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