terça-feira, 1 de agosto de 2017

Assédio Moral no Trabalho: sofrimento psíquico


Assédio Moral no Trabalho: sofrimento psíquico

Vivemos um tempo que muitos denominam modernidade tecnológica, que desenvolve-se numa proporção inavaliável do ponto de vista da produção do capital e da produção dos serviços prestados, por outro lado acompanhamos diariamente uma fragmentação nas relações de trabalho, que podem ser do líder (gestor, chefe, etc..) em relação aos seus liderados (trabalhadores), ou entre os próprios pares – entre os trabalhadores.
Dessa forma, os trabalhadores são cada vez mais exigidos pelas demandas de trabalho, por vezes, indo além do que seria uma carga de trabalho esperado para cada trabalhador no desempenho de suas funções. Por essas razões pode-se dizer que cria-se um quadro, uma linha muito tênue entre as exigências de trabalho e surgimento de situações de assédio moral no trabalho.
A partir dessa dinâmica de trabalho, nos propomos a discutir a questão do assédio moral no trabalho. Assim, define-se assédio moral como uma forma de violência no trabalho que consiste na exposição prolongada e repetitiva de trabalhadores a situações vexatórias, constrangedoras e humilhantes, praticadas por uma ou mais pessoas. Ocorre por meio de comportamentos com o objetivo de humilhar, ofender, ridicularizar, inferiorizar, culpabilizar, amedrontar, punir ou desestabilizar emocionalmente os trabalhadores, colocando em risco a sua saúde física e psicológica, além de afetar o desempenho e o próprio ambiente de trabalho.
O assédio moral no trabalho pode assumir tanto a forma de ações diretas (acusações, insultos, gritos, humilhações públicas), quanto indiretas (propagação de boatos, isolamento, recusa na comunicação, fofocas e exclusão social. No entanto, para que sejam caracterizadas como assédio, essas ações devem ser um processo frequente e prolongado.
Diante desse processo, quando o trabalhador não encontra forças para resistir e reagir a essas ações entra em cena o sofrimento e o adoecimento psíquico. É necessário que este tenha recursos psíquicos internos para lidar com esse sofrimento e buscar ajuda, o que nem sempre é a realidade de muitos trabalhadores, que por vezes entram num processo depressivo profundo indo até as últimas consequências, o suicídio.
Aos profissionais de saúde envolvidos, principalmente a nós psicólogos fica o desafio de conseguir ter acesso a esses trabalhadores em sofrimento e oferecer a ajuda necessária.


                                  Débora Lúcia de Souza e Silva


                                                         Psicóloga

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