Assédio
Moral no Trabalho: sofrimento psíquico
Vivemos
um tempo que muitos denominam modernidade tecnológica, que
desenvolve-se numa proporção inavaliável do ponto de vista da
produção do capital e da produção dos serviços prestados, por
outro lado acompanhamos diariamente uma fragmentação nas relações
de trabalho, que podem ser do líder (gestor, chefe, etc..) em
relação aos seus liderados (trabalhadores), ou entre os próprios
pares – entre os trabalhadores.
Dessa
forma, os trabalhadores são cada vez mais exigidos pelas demandas de
trabalho, por vezes, indo além do que seria uma carga de trabalho
esperado para cada trabalhador no desempenho de suas funções. Por
essas razões pode-se dizer que cria-se um quadro, uma linha muito
tênue entre as exigências de trabalho e surgimento de situações
de assédio moral no trabalho.
A
partir dessa dinâmica de trabalho, nos propomos a discutir a questão
do assédio moral no trabalho. Assim, define-se assédio moral como
uma forma de violência no trabalho que consiste na exposição
prolongada e repetitiva de trabalhadores a situações vexatórias,
constrangedoras e humilhantes, praticadas por uma ou mais pessoas.
Ocorre por meio de comportamentos com o objetivo de humilhar,
ofender, ridicularizar, inferiorizar, culpabilizar, amedrontar, punir
ou desestabilizar emocionalmente os trabalhadores, colocando em risco
a sua saúde física e psicológica, além de afetar o desempenho e o
próprio ambiente de trabalho.
O
assédio moral no trabalho pode assumir tanto a forma de ações
diretas (acusações, insultos, gritos, humilhações públicas),
quanto indiretas (propagação de boatos, isolamento, recusa na
comunicação, fofocas e exclusão social. No entanto, para que sejam
caracterizadas como assédio, essas ações devem ser um processo
frequente e prolongado.
Diante
desse processo, quando o trabalhador não encontra forças para
resistir e reagir a essas ações entra em cena o sofrimento e o
adoecimento psíquico. É necessário que este tenha recursos
psíquicos internos para lidar com esse sofrimento e buscar ajuda, o
que nem sempre é a realidade de muitos trabalhadores, que por vezes
entram num processo depressivo profundo indo até as últimas
consequências, o suicídio.
Aos
profissionais de saúde envolvidos, principalmente a nós psicólogos
fica o desafio de conseguir ter acesso a esses trabalhadores em
sofrimento e oferecer a ajuda necessária.
Débora
Lúcia de Souza e Silva
Psicóloga
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