terça-feira, 31 de outubro de 2017

Os que fazem a diferença!

Os que fazem a diferença!

Aqueles que fazem a diferença não aparecem em revistas, jornais, redes sociais ou no horário nobre da TV aberta. Estes humanos se quer fazem questão de ter seus nomes citados, não necessitam de gritos estéricos evocando seus nomes, não fazem postagens em “facebook”, não falam em microfones abertos, nem posam para poses. Os que fazem a diferença não se incomodam com o silêncio, não procuram holofotes, fazem sua tarefa, seja ela qual for, com resignação.

A quem interessa a gritaria, o brilho dos holofotes, as estéricas “selfies” da “vida perfeita”, da “felicidade eterna”, as notícias de grandes tragédias ou cenas de banalização da violência. Pois vos digo acordem “nobres mortais”, o paraíso não existe, tampouco a felicidade eterna, esta é construída a cada momento, a cada novo dia que recomeça. A paz de espírito que muitos almejam só existirá se você construí-la dentro de você. O vazio que existe dentro de você não poderá ser preenchido pelas postagens em redes sociais do ideal de felicidade, muito pelo contrário, somente pela capacidade de suportar seu próprio silêncio e de reencontrar-se com seu próprio interior, de encontrar sua verdadeira essência.

Já parou para pensar de quantas pessoas passam na invisibilidade que pelas atitudes humanizadas fazem a diferença, essas passam a sua vida anônima e, não fazem grandes mágicas, com suas pequenas nobres ações desde a oração da benzedeira do quilombo escondido no meio da cidade grande, do lanche fornecido gratuitamente na espera da emergência dos grandes hospitais, do trabalho voluntário na Ong para refugiados de países estrangeiros, do sopão e o ouvido oferecido singelamente aos moradores de rua. Pois é, essas pessoas existem, mas você não sabe porque está “muito ocupado”, na maior da parte do tempo consigo mesmo.

Quanto ao silêncio, responsável pelo seu reencontro ímpar mas não único, este também tem funções nobres apontados pelos neurocientistas, como por exemplo ajuda na criação de novas células no hipocampo, responsável por nossas emoções, desempenha tarefas na memória, entre outros benefícios. Então, procure seu silêncio e faça diferente do que fez até hoje, cumpra suas atividades da mais simples a mais complexa com resignação, tenha compaixão pelo seu semelhante, pois nem todos estão no mesmo nível de desenvolvimento, mas todos estão procurando seu melhor caminho.

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Encerrando Ciclos

            Embora haja uma discussão que a autoria da produção escrita seja de Fernando Pessoa ou Paulo Coelho, temos a informação de que a verdadeira autora é a colombiana Sonia Hurtado- com o título original de “Cerrar Ciclos”, ou seja, fechar ciclos, eis o que ela nos passa de mensagem:
            Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistimos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido de outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos – não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
            Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação?
            Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país?
            A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicação?
            Você pode passando muito tempo se perguntando por que isso aconteceu? Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
            Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma relação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
            As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora. Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração – e o desfazer -se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outros tomem o seu lugar.
            Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
            Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará envenenando, e nada mais.
            Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que são sempre adiadas em nome do “momento ideal”. Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará.
            Lembre-se que houve uma época em que podia viver aquilo, sem aquela pessoa – nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixa de ser quem era, e transforme em que é.



terça-feira, 1 de agosto de 2017

Assédio Moral no Trabalho: sofrimento psíquico


Assédio Moral no Trabalho: sofrimento psíquico

Vivemos um tempo que muitos denominam modernidade tecnológica, que desenvolve-se numa proporção inavaliável do ponto de vista da produção do capital e da produção dos serviços prestados, por outro lado acompanhamos diariamente uma fragmentação nas relações de trabalho, que podem ser do líder (gestor, chefe, etc..) em relação aos seus liderados (trabalhadores), ou entre os próprios pares – entre os trabalhadores.
Dessa forma, os trabalhadores são cada vez mais exigidos pelas demandas de trabalho, por vezes, indo além do que seria uma carga de trabalho esperado para cada trabalhador no desempenho de suas funções. Por essas razões pode-se dizer que cria-se um quadro, uma linha muito tênue entre as exigências de trabalho e surgimento de situações de assédio moral no trabalho.
A partir dessa dinâmica de trabalho, nos propomos a discutir a questão do assédio moral no trabalho. Assim, define-se assédio moral como uma forma de violência no trabalho que consiste na exposição prolongada e repetitiva de trabalhadores a situações vexatórias, constrangedoras e humilhantes, praticadas por uma ou mais pessoas. Ocorre por meio de comportamentos com o objetivo de humilhar, ofender, ridicularizar, inferiorizar, culpabilizar, amedrontar, punir ou desestabilizar emocionalmente os trabalhadores, colocando em risco a sua saúde física e psicológica, além de afetar o desempenho e o próprio ambiente de trabalho.
O assédio moral no trabalho pode assumir tanto a forma de ações diretas (acusações, insultos, gritos, humilhações públicas), quanto indiretas (propagação de boatos, isolamento, recusa na comunicação, fofocas e exclusão social. No entanto, para que sejam caracterizadas como assédio, essas ações devem ser um processo frequente e prolongado.
Diante desse processo, quando o trabalhador não encontra forças para resistir e reagir a essas ações entra em cena o sofrimento e o adoecimento psíquico. É necessário que este tenha recursos psíquicos internos para lidar com esse sofrimento e buscar ajuda, o que nem sempre é a realidade de muitos trabalhadores, que por vezes entram num processo depressivo profundo indo até as últimas consequências, o suicídio.
Aos profissionais de saúde envolvidos, principalmente a nós psicólogos fica o desafio de conseguir ter acesso a esses trabalhadores em sofrimento e oferecer a ajuda necessária.


                                  Débora Lúcia de Souza e Silva


                                                         Psicóloga

domingo, 16 de abril de 2017

Golpes e Sofrimento das Guerras

Gravada há muitos anos por Mercedes Sosa, por volta dos anos 80, mas infelizmente a realidade não tem sido diferente, seja aqui no Brasil, na Síria ou em qualquer país vitimado por golpe político, guerras, terrorismo:

Mercedes Sosa e Beth Carvalho

SOLO LE PIDO A DIOS ( SÓ PEÇO A DEUS)

Só peço a Deus
Que a dor não me seja indiferente
Que a ressequida morte não me encontre
Vazia e só em haver feito o suficiente

Só peço a Deus
Que o injusto não me seja indiferente
Que não me esbofeteiem a outra bochecha
Depois que uma garra me arranhou esta sorte

Só peço a Deus
Que a guerra não me seja indiferente
É um monstro grande e pisa forte
Toda a pobre inocência do povo

Só peço a Deus
Que o engano não me seja indiferente
Se um traidor pode mais que alguns
Que esses alguns não o esqueçam facilmente

Só peço a Deus
Que o futuro não me seja indiferente
Despejado está o que tem que caminhar
A viver uma cultura diferente

Só peço a Deus
Que a guerra não me seja indiferente
É um monstro grande e pisa forte
Toda a pobre inocência do povo.





sábado, 15 de abril de 2017

O que é Páscoa?

De repente uma inquietação começa a instigar-me, mas afinal o que é Páscoa?
Se perguntares a uma criança talvez esta diga: é quando o coelhinho vem nos visitar à noite e traz chocolates de presente. Um cristão certamente dirá que é tempo de ressurreição... Mas quanto a mim, continuo inquieta discutindo com as letras, igual tomar sopa com letrinhas, elas nunca se ordenam em uma ordem linear. E o questionamento continua?
Dentre as múltiplas possibilidades ficarei com a possível hipótese de que deveria ser um tempo de reflexão, como uma agenda anual destinada a esse fim.
Recorrendo a fase infantil onde  fantasia é livre valho-me  do que escreveu Lia Luft ao final de livro Perdas e Ganhos:
            " Por isso escrevo e escreverei: para instigar o meu leitor imaginário - substituto dos amigos
             imaginários da infância? - a buscar em si  e compartir comigo tantas inquietações quanto ao
             que estamos fazendo com o tempo que nos é dado."
O tema amigos imaginários da infância é trazido aqui propositalmente, este faz um convite ao leitor a recorrer às memórias de sua infância e lembrar-nos que a infância nunca morreu, ou, não deveria morrer dentro de cada um de nós.