Reflexão sobre as ações iniciais dos microprojetos Mais Cultura do Território da Paz /PRONASCI/MINC

Para nos situarmos brevemente com referência ao que estamos
intencionando com nossas ações da Rede Cultura na Rua, lembro aqui os
teóricos como Bronislaw Malinowski (1976) que referiu a existência da
cultura pela interação na qual atuam os indivíduos, consistindo no
conjunto integral dos instrumentos e bens de consumo, nos códigos
constitucionais dos vários grupos da sociedade nas idéias e artes, nas
crenças e costumes humanos. Levi-Strauss(1996) considera a cultura
como a articulação de determinantes inconscientes e de manifestações
institucionais. Segundo os conceitos de Denys Cuche (1996), diz que as
culturas são processos inconscientes e identidades são processos
conscientes, assim a cultura ( indivíduo) seria um conjunto de
vinculações em sistema social (classe sexual, de idade, classe social,
nacionalidade), são as definições que permitem ao indivíduo se
localizar e ser localizado num sistema social. Enquanto a identidade
cultural seria definida pela socialização, pela interiorização de
modelos culturais que são impostos pelos grupos de origem e recebidos
de forma definitiva pelos indivíduos (língua, cultura, religião,
território).
Definido como Território da Paz, os bairros Cohab/Santa Rita foram
escolhidos em Guaíba para a instalação dessa política que visa no
enfrentamento à criminalidade no país através de ações do PRONASCI
(Programa Nacional de Segurança com Cidadania) em parceria com MINC
(Ministério da Cultura) articulando políticas de segurança com ações
sociais; prioriza a prevenção e busca atingir as causas que levam à
violência, sem abrir mão das estratégias de ordenamento social e
segurança pública. Os Microprojetos nos Territórios de Paz vão
viabilizar iniciativas que promovam inclusão social e contribuam para
a diminuição da violência e da criminalidade nessas localidades. Outro
objetivo é proporcionar maior dinamismo econômico às comunidades por
meio de apoio financeiro aos artistas, escritores, grupos
independentes e produtores culturais locais.
A execução do Pronasci se dará por meio de mobilizações policiais e
comunitárias. A articulação entre os representantes da sociedade civil
e as diferentes forças de segurança – polícias civil e militar, corpo
de bombeiros, guarda municipal, secretaria de segurança pública – será
realizada pelo Gabinete de Gestão Integrada Municipais (GGIM). O
Pronasci será coordenado por uma secretaria-executiva em nível federal
e regionalmente dirigido por uma equipe que atuará junto aos GGIM e
tratará da implementação das ações nos municípios. A instituição
responsável pela avaliação e acompanhamento do Programa será a
Fundação Getúlio Vargas (FGV). Além da verificação dos indicadores,
ainda será feita a avaliação do contexto econômico e social. O
controle mais abrangente do Programa contará com a participação da
sociedade.
Diante dessas definições teóricas, pessoalmente acredito que somos um
grupo de pessoas, embora com identidades pessoais e profissionais
diferenciadas e diversas, que uniu-se a uma instituição guarda-chuva
(ASSOBECATY) com objetivos comuns e propostas de trabalhos peculiares
dentro de uma comunidade com a finalidade de trazer alguma
transformação social através de nossas ações. Com uma diversidade de
propostas: artes integradas, capoeira, dança, desafio multimídia,
produção de telas, produção de crônicas,  contação de histórias, mídia
na rua/ revista comunitária, com a esperança de que a contribuição do
trabalho de cada uma das pessoas da equipe Rede Cultura na Rua possa
servir como um dispositivo inicial para que o local possa de fato e na
prática cotidiana tornar-se um Território da Paz, onde cada pessoa
possa realmente sentir- se e exercer sua cidadania, como cidadãos
livres como assegura  a Constituição Federal Brasileira.  ( Produção
escrita retirada das páginas dos sítios institucionais disponíveis na
web).
  Débora Lúcia de Souza e Silva
  Psicóloga -CRP/RS 07/15877